Abstinência significa a ação de abster, de se privar de alguma coisa, que consequentemente gera um conjunto de reações físicas e psíquicas em razão dessa suspensão. Ocorre que as experiências se apresentam de forma muito aumentada nas relações narcisistas/abusivas, devido ao fato de que a “boa fase” das relações são invariavelmente intensas, regadas de exagero, de satisfação impecável das expectativas românticas do outro, bombardeamento de amor e atenção irreais. Em outras palavras, é uma fase dourada potencializada e, por ser potencializada, espera-se que seus efeitos também os sejam. Quando menos se espera você se torna “dependente” dessa pessoa, e o rompimento do relacionamento equivale ao efeito de abster-se. A sensação é semelhante a que se tem quando se tenta deixar o vício por uma substância química que você percebe que lhe dará um prazer e bem-estar apenas momentâneo. PARECE UMA DROGA, uma espécie de “caos neuroquímico”, de convulsão mental e emocional do qual não é fácil se desvincular. O sofrimento psicológico experimentado costuma ser devastador para o cérebro, que entende que o prazer é uma questão de sobrevivência e irá se esforçar para nos fazer lembrar dos momentos de prazer confundindo a abstinência com amor e saudade de alguém que notadamente nos faz mal.
A mente viciada insiste em pensar na pessoa, em pensa que sente falta, que pode dar mais uma oportunidade, cria um desconforto e muitas vezes abre espaço para a vulnerabilidade. Os sintomas são as dúvidas generalizadas, insegurança, desejo de isolamento, tristeza, dificuldade de concentração, depressão, altos e baixos emocionais. Sofrer com a síndrome de abstinência emocional, dentro de certos parâmetros de intensidade e duração, é algo completamente normal. Muitas vezes, esta é uma realidade inconsciente, ou seja, a pessoa que sofre não se dá conta do problema. É preciso assumir que é algo temporário, que vai dar lugar a um outro estado mais equilibrado, concentrado e forte. As crises de ansiedade podem ser muito fortes, mas elas têm fim.
Então, como se desintoxicar?
A Desintoxicação implica em aceitar as emoções negativas - tristeza, desolação, revolta - como parte do processo de “cura”. Manter o
CONTATO ZERO é essencial se buscamos nos desconectar da vida do(a) narcisista/abusador(a), evitando cair em dinâmicas perversas.
Fazer mudanças na vida é gratificante. Buscar algo simples como refazer sua rotina, ter hobbies, praticar atividade física serão bastantes úteis. Verbalize, coloque para fora a sua dor, identifique seus padrões comportamentais, de escolha. Não se sinta culpado(a), se sinta grato(a), pois a gratidão é um grande produtor de serotonina, substância que em níveis adequados no nosso organismo é fundamental para viver feliz e bem disposto. Cultive a ideia da atenção plena e do só por hoje. Decida a cada dia: hoje me sinto uma pessoa livre, plena, confortável com as minhas escolhas e feliz”. Se livrar do que é tóxico é um processo, valorize cada momento, reconheça as suas conquistas!
O conteúdo apresentado não serve para um diagnóstico. Caso tenha dúvida sobre a necessidade de um diagnóstico, procure ajuda médica e psicológica, pois esse curso não substitui o acompanhamento por profissional habilitado.