Recuperar-se de um abuso narcisista requer um conjunto de ações. 
Cuidar da parte nutricional é fundamental para que o corpo
ganhe forças e consiga vencer essa batalha. ❤️
Um dos sintomas mais comuns quando alguém está imerso em um relacionamento narcisista, é uma gradual falência das forças físicas e psíquicas em todas as áreas da vida. De início, o desgaste é quase imperceptível, mas com o tempo e por conta da desistência de si mesmo em nome do outro, esse comportamento, vai se instalando de modo devastador. No final, tudo o que um dia foi importante para si mesmo, perde o sentido. Podemos relacionar esse estado à um estado depressivo.  
A depressão se apresenta como uma das principais causas de incapacitação no mundo, limitando o funcionamento físico, pessoal e social. Conforme Finley 11 93752-6149, quadros de depressão são responsáveis pelo isolamento social e pelo desinteresse nas atividades diárias, dentre elas o preparo de refeições e o ato de se alimentar. Somos tentados, tal como Karl Abraham 11 93752-6149, a considerar a própria recusa em comer como um desejo de morte.
Uma das primeiras referências conhecidas na associação entre alimentação e emoções e/ou traumas é feita por Freud, num texto de 1895: “a famosa Anorexia Nervosa parece ser (após cuidada observação) uma melancolia em que a sexualidade se encontra subdesenvolvida. As pacientes, deixam bem claro que, não comem simplesmente porque não têm apetite, e por nenhuma outra razão”. 
A relação entre a alimentação e o estado depressivo é bidirecional, alguns estudos apresentam-se centrados no papel de alguns nutrientes e de determinados padrões alimentares que podem estar implicados no desenvolvimento e prevenção do quadro depressivo, assim como os resultados de alguns estudos descrevem a influência que os sintomas depressivos podem ter nos hábitos alimentares e em outros comportamentos relacionados com o estilo de vida.
Diversos estudos científicos sugerem um provável efeito protetor de determinados padrões alimentares e nutrientes específicos, através de mecanismos metabólicos como a diminuição do stress oxidativo e de marcadores inflamatórios, melhoria da função endotelial e alteração da síntese e funcionamento da serotonina. Dentre estes nutrientes estão ácidos graxos essenciais, vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais. Padrões alimentares tradicionais e equilibrados, como por exemplo a dieta mediterrânica, também têm sido implicados na melhora dos quadros depressivos. 

Nutrientes:
• O Ômega-3 e ômega-6 são ácidos graxos poliinsaturados essenciais, eles não são sintetizados pelo organismo humano e precisa ser adquirido pelo consumo alimentar. Eles fazem parte da constituição de células do sistema nervoso, e são de extrema importância para a regulação do processo inflamatório. O ômega 3 pode ser encontrado no salmão, arenque, cavala, sardinha e atum, o ômega 6 está presente nas carnes, e óleos de soja.
• Vitaminas do complexo B (B6, B9, B12) tem o papel importante na síntese dos neurotransmissores do sistema nervoso central, encontra-se presente em carnes vermelhas, fígado, leite (B6) vegetais verdes escuros, leguminosas, nozes (B9), peixes, carnes, ovos, leite e derivados (B12). A forma ativa da vitamina D estimula a expressão de genes da enzima tirosina hidroxilase, que é necessária para a produção de noradrenalina. Em estudos clínicos, baixos níveis de 25-hidroxicalciferol (que é a forma na qual a vitamina D é armazenada no corpo) foram associados com redução da função cognitiva e quadros depressivos. Presente em peixes gordos, óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo. Para ser ativada necessita que o indivíduo esteja em exposição aos raios solares ao mínimo 15 minutos por dia.
• O magnésio é um mineral que tem um papel fundamental no metabolismo energético colaborando na formação e utilização da adenosina trifosfato (ATP) e na regulação iônica no cérebro, está presente em alimentos como a banana, abacate, beterraba, quiabo, amêndoas, nozes e castanhas. Já o zinco tem a capacidade de aumentar a sobrevivência das células no sistema nervoso central, está presente em carnes vermelhas, leites e derivados, feijão, castanhas e amêndoas. 
• O triptofano, um aminoácido primordial, visto que é precursor da síntese da serotonina, neurotransmissor implicado na fisiopatologia da depressão, e da melatonina, um hormônio com um papel na regulação do sono. O triptofano pode ser encontrado em alimentos com o arroz integral, feijão, carne bovina, peixe, aves, abóbora, banana e manga. 
Nutrientes que auxiliam a diminuir o estado depressivo:

Ômega-3 - Salmão, arenque, cavala, sardinha e atum
Ômega-6 - Carnes, e óleos de soja
Vitamina B6 - Carnes vermelhas, fígado e leite
Vitamina B9 - Vegetais verdes escuros, leguminosas e nozes
Vitamina B12 - Peixes, carnes, ovos, leite e derivados
Vitamina D - Peixes gordos, óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo
Magnésio - Banana, abacate, beterraba, quiabo, amêndoas, nozes e castanhas
Zinco - Carnes vermelhas, leites e derivados, feijão, castanhas e amêndoas
Triptofano - Arroz integral, feijão, carne bovina, peixe, aves, abóbora, banana e manga

Entretanto, hoje sabemos que mais importante que pensarmos em nutrientes isolados, devemos priorizar um padrão alimentar equilibrado para fornecer ao nosso organismo a energia e nutrientes necessários. Dentre os padrões alimentares recomendados temos a Dieta Mediterrânea. A Dieta Mediterrânea é um estilo de vida característico dos países banhados pelo Mar Mediterrânico, tem como atributos o elevado consumo de alimentos de origem vegetal (cereais integrais, verduras, legumes, leguminosas e oleaginosas), consumo frequente de peixes, consumo reduzido de produtos açucarados, carnes processadas e carnes vermelhas, uso do azeite como principal fonte de gordura, água como bebida, preferência por produtos minimamente processados, preparações culinárias e promoção da convivência com a família e amigos à hora da refeição. Possíveis mecanismos explicativos do efeito protetor da Dieta Mediterrânea em relação ao estado depressivo, incluem a melhoria da função endotelial, menores níveis de marcadores inflamatórios e melhor síntese e regulação da serotonina. É importante ter em consideração que o padrão alimentar mediterrânico privilegia a atividade física regular e a convivência com a família e/ou amigos às refeições, o que podem ser hábitos desafiadores para indivíduos em estados pós traumáticos.
A alimentação é uma ferramenta poderosa capaz de alterar o organismo biológico humano, afastando-o ou aproximando-o de um estado saudável. Também é o estudo do autoconhecimento, pois as suas próprias características são o que você tende naturalmente a buscar nos alimentos que escolhe. Portanto, atentar-se a sua alimentação pode ser o primeiro passo em busca de sua identidade novamente, de seu amor próprio. É um ato de auto cuidado e auto compaixão, que irá nutrir cada célula de seu corpo e suas emoções com amor. 
“Cuidar da alimentação é uma arte, um processo simples, mas que exige consciência e uma observação cuidadosa”. 

Carolina Rubia é graduada em Nutrição pelo centro universitário São Camilo e pós-graduada em Nutrição nas Doenças Crônicas não Transmissíveis pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.
Trabalha também como Nutricionista do ambulatório de nutrição do setor de Lípides da disciplina de cardiologia da Universidade federal de São Paulo (UNIFESP), é Nutricionista da clínica Nutrir Corphus e  sócio-proprietária da empresa Nutrir Company.

Para entrar em contato com a Carolina
Instagram: @carolinarubia_nutri 
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